quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Trabalho e Estudo, Vida Dura

Quem pensa que nossa vida aqui será só passear e que tem emprego a cada esquina, está enganado. Nós achávamos que éramos fluente no inglês até chegarmos aqui. Os Aussies (australianos) falam muito rápido, e como falamos um pouco, eles não perdoam, falam como se fossemos nativos. O resultado é: até entender uma frase são vários sorry e pardon. Fora o sotaque e as gírias locais, está sendo um desafio.

Estela está fazendo um curso de inglês para imigrantes subsidiado pelo governo. Toda quinta e sexta das 9:30 ~ 13:30. A infra-estrutura é excelente, salas de aula, material, tem laboratório multímidia, e web-site com exercícios. O nível da turma é razoável, é muito difícil para as pessoas do sudeste asiático pronuciarem corretamente. Outra dificuldade é a motivação, tem muitas pessoas que não gostam da Austrália e só estão acompanhando o/a conjuge. E toda aula tem discussão entre as diferenças na cultura, uma das discussões foi sobre saúde. Uma colega do Vietnam contou que no país dela, as pessoas tem que pagar um "dinheirinho extra" para que a enfermeira no exame de sangue extraia o sangue direito. Tem um cineasta do Butão, um milionário da Indonésia, e até brasileiros.

Rogerio foi a uma entrevista em uma consultoria, e sofreu. As perguntas eram focadas em liderança, criatividade e comportamento. Perguntas que ele teria dificuldade de responder em português, ficaram impossíveis em inglês. Ele vai ter que fazer um downgrade no currículo, pois ninguém conseguirá coordenar uma equipe, levantar requisitos sem dominar a língua. Rogerio irá fazer um curso sobre entrevistas de emprego, também subsidiado pelo governo. Começará no dia 05/03 e durará 5 semanas extensível para 10 semanas, dependendo da necessidade. Nós estamos a procura de cursos particulares também. Os preços são caros, mas temos que investir pesado no aprendizado do idioma.

E para quem disse que Rogerio não teria coragem de trabalhar, aí está a prova. Era um estoque de brinquedos, um amigo (Rafael Suda) chamou para cubrir a falta de um funcionário, o trabalho consistia em abrir umas caixas para conferir a quantidade e guardar de novo, além de transportar as coisas de um lado para o outro num carrinho. Aqui não tem preconceito em relação ao trabalho, com um trabalho desse dá para pagar as contas e ter uma vida digna, tem muitos australianos nessa situação. Foi um dia só de trabalho, mas se precisar Rogerio vai a luta.

2 comentários:

Eiji disse...

Deve ser bem foda mesmo entender esses australianos. Tomara que vcs aprendam rápido e consigam superar esse obstáculo.

E trabalha mesmo aí, Mestre!!! Fazer força uma vez na vida é bom pra todo mundo! =P

Abraços

disse...

Bem-vindos ao clube dos estrangeiros!!! O pessoal fica achando que é "chique" morar em Paris ou na Australia, mas a vida é dura.

Até de criança eu cuidei, vê se pode? E agora tô desenvolvendo... Cuidar de equipe? Hehehe... quem sabe daqui a alguns anos.

Mas fique tranquilo que as coisas se ajeitam, tenham paciencia e humildade. Bom fim de semana! :-)

Beijocas,